John Dewey, filósofo e educador norte-americano, dizia: aprender fazendo... O genial Charles Chaplin, em seu filme “Tempos Modernos”, fez críticas à robotização do operário na indústria, à aridez de uma vida numa linha de montagem...
Há muito o binômio construir/educar faz parte das reflexões de brilhantes acadêmicos. Porém, o que eu proponho aqui não é uma visão pedagógica sobre o assunto, mas sim poética. Assim, leia este belíssimo poema de Vinícius de Morais:
O operário em construção
Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo,
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.
De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão.
Prisão do que sofreria
Não fosse, eventualmente,
Um operário em construção
Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo,
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.
De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão.
Prisão do que sofreria
Não fosse, eventualmente,
Um operário em construção
Mas o que esse poema tem a ver com a paráfrase? Tudo; pois, como menciona o título desse artigo, a paráfrase tem muitas faces... Uma, pode servir como síntese de um enorme enunciado. Outra, ter quase a mesma extensão da frase que se tentou “reproduzir”.
No poema mostrado acima, a paráfrase se transformou numa espécie de desenvolvimento do seu próprio título: operário em construção é o aprendiz que, ao construir, constrói-se... Não no consciente saber das construções: tanto do seu intelecto quanto da casa que constrói. Mas na absoluta ignorância desse incessante labor. Nele, não se vê qualquer vestígio da sua vontade, da compreensão do todo, da marca sutil e importante do seu talento.
Faça assim porque é deste modo que dever ser feito... Nada mais!
Para quem movimenta “A Máquina do Mundo” (emprestei o nome de um belíssimo poema de Drummond), certamente é mais fácil (e mais barato) construir uma mente para o árduo trabalho do que educá-la para a vida.
Portanto, resumindo, desenvolvendo ou simplesmente mantendo a extensão de um enunciado, a paráfrase se impõe como eficiente ferramenta na construção de um texto e, a um só tempo, educa-nos a ver uma “questão” sob diferentes ângulos.
Até...
Faça assim porque é deste modo que dever ser feito... Nada mais!
Para quem movimenta “A Máquina do Mundo” (emprestei o nome de um belíssimo poema de Drummond), certamente é mais fácil (e mais barato) construir uma mente para o árduo trabalho do que educá-la para a vida.
Portanto, resumindo, desenvolvendo ou simplesmente mantendo a extensão de um enunciado, a paráfrase se impõe como eficiente ferramenta na construção de um texto e, a um só tempo, educa-nos a ver uma “questão” sob diferentes ângulos.
Até...
Silvio Pélico.