No tocante ao uso do pronome “você”, os constantes equívocos de seu uso nos conduzem a uma reflexão sobre certos postulados gramaticais. Quando cito equívocos, refiro-me a questão: uniformidade de tratamento. Afinal, o pronome você pertence à primeira ou à segunda pessoa? Antes, é preciso fazer uma distinção.
Pessoas gramaticais: além de indicarem qual flexão verbal será usada, pois para cada pessoa há uma forma verbal correspondente, também definem qual pronome oblíquo será usado. Veja o quadro:
Pessoas do discurso: definem seu posicionamento
no ato da comunicação. Assim: 1ª pessoa (a que fala); 2ª pessoa (com quem se fala); 3ª pessoa (de quem se fala). Veja o quadro:
Feita a distinção, passo agora aos exemplos:
Uniformidade de tratamento
Máxima atenção no uso dos pronomes.
↓ Não concordo com você, por isso não te apoiei.
↑ Não concordo com você, por isso não o apoiei.
↓ Eu te amo, querida. Não sei viver sem você.
↑ Eu a amo, querida. Não sei viver sem você.
↓ Nada há entre eu e você.
↑ Nada há entre mim e você.