ASPECTOS DE UMA PERCEPÇÃO EQUIVOCADA
Não é que desejamos, sequer notamos sua
perigosa presença, mas somos, em alguns momentos de nossas vidas, ludibriados
por esse silencioso inimigo.
Alienação...
Mecanismo que
desperta em nós o desejo de impor um valor, uma “verdade”.
Inflexível
como pedra, o encantamento persiste: o absurdo não vê o absurdo.
E,
incontinente, palavras presunçosas nos escapam da boca, produzindo ao nosso
redor resistências, desconfianças...
Esquecemos
que a urgência de um querer nos faz manipuladores; esquecemos que palavras
nascidas dessa fonte são pobres signos: forma desconectada de sua substância.
Carência de autoafirmação...
Sentimento
que nos leva para longe, muito longe.
Percepção
esmaecida de nós mesmos.
E assim,
feito um rastro, preciosos bens são deixados para trás...
Inflexível
como pedra, o encantamento persiste: a necessidade só vê a necessidade.
Esquecemos
que as crenças nada mais são que frágeis vínculos: elos que não acham onde se
atar...
E as mesmas
pobres palavras nos escapam da boca, cada vez mais abstratas...
Ilusão da
alma.
Dualidade da
alma.
Mas como se
livrar dessa danação, desse feitiço?
Talvez a
resposta esteja no jardim...
A rosa não
precisa defender sua beleza, seu fascínio.
Para ela, em
silêncio, basta ficar ao vento, pois o perfume é seu fiel agente.
PS: Trecho extraído do livro "Santidade Mestiça", de Silvio Pélico.
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PS: Trecho extraído do livro "Santidade Mestiça", de Silvio Pélico.
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